O Castelo de Montemor-o-Novo é, na verdade, o original recinto da
primitiva vila e urbe de Montemor.
Segundo consta, terá sido conquistado aos mouros por D. Afonso
Henriques pouco depois de 1166. O seu filho, D. Sancho I, concedeu-lhe o
primeiro foral em Março de 1203, tendo a sua muralha sido reconstruída no
reinado de D. Dinis.
Nos séculos XIII e XIV, a vila intra-muros atingiu grande importância,
nomeadamente ao nível económico, demográfico e religioso. Nesta altura, eram
administradas quatro freguesias urbanas, todas elas com sede no interior do
Castelo: Santa Maria do Bispo, Santa Maria da Vila, São João e São Tiago.
A partir do século XVI, a população começa a registar uma forte
tendência para abandonar o Castelo, apesar das tentativas para que tal não
aconteça. As casas são demolidas e
efectuam-se novas construções no “arrabalde” (actual local da cidade).
A Câmara e outros edifícios da administração local são transferidos no
século XVIII e em 1758 já pouco mais restava que as Igrejas, o Palácio dos
Alcaides e o Convento da Saudação.
A autarquia montemorense tem promovido trabalhos de escavação, realizados
por equipas de arqueólogos, ao mesmo tempo que procede ao estudo documental da
sua história, bem como da cidade.
Foi também, mais recentemente, elaborado e aprovado o “Programa de
Recuperação e Revitalização do Castelo”, integrado no Plano de Salvaguarda e
Reabilitação da Zona Antiga da cidade.
O Castelo, verdadeiro ex-libris da cidade, é de uma indiscutível
riqueza patrimonial, podendo destacar-se a Casa do Guarda, a Torre do Relógio,
a Porta da Vila ou de Santarém, os Arcos-sólios Tumulares, o Convento da
Saudação, a Igreja de Santiago (onde está instalado o Centro Interpretativo do
Castelo), a Torre da Má-Hora ou de Menagem e Porta de Santiago, a Igreja de S.
João Baptista do Castelo, o Paço dos Alcaides ou Paço Real, as Ruínas da Antiga
Cadeia ou Paços do Concelho, o Matadouro Mourisco/Cisterna, a Torre e Porta do
Anjo ou do Bispo e as Ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo (ex-Matriz).
Em Montemor-o-Novo podemos, ainda, apreciar os diversos painéis de
azulejos, retratando cenas da vida agrícola, que as paredes exteriores do
Mercado Municipal nos oferecem.
Na Rua 5 de Outubro, são várias as casas senhoriais que se podem
observar, onde também se situa a Fonte e o Passo da Rua Nova. No edifício da
Câmara Municipal, podemos apreciar os painéis de azulejos nos patamares da
escadaria, da autoria de Querubim Lapa. No Largo dos Paços do Concelho, em
frente à edilidade, situa-se a lápide de mármore, classificada como monumento
nacional, com uma inscrição romana na parte central e as laterais da época visigótica.
No mesmo largo, um pouco mais acima, encontramos a Fonte de N.ª S.ª da
Conceição, da época de D. João IV, e em frente, datada de 1839, a marmórea
Fonte Nova, mais conhecida por Chafariz do Besugo.
No edifício do antigo Convento de S. João de Deus, temos a Biblioteca
Municipal Almeida Faria, com o Arquivo Histórico e a Galeria Municipal, para no
mesmo edifício encontrarmos, ainda, a Cripta de S. João de Deus e a Igreja
Matriz (séc. XVII – XVIII), na qual é possível observar a extraordinária beleza
do fresco original que recobre a abóbada da nave.
Em frente, no terreiro de São João de Deus, pontifica a estátua do
Santo para, logo ali ao lado, podermos encontrar, na Rua Teófilo Braga, o
portal manuelino da Igreja da Misericórdia.
Do Castelo, pode-se apreciar a vista sobre o casario da cidade, bem
como o Convento de N.ª Sr.ª da Conceição (morro à esquerda) e a Ermida de N.ª
Sr.ª da Visitação (em frente). Ao descer, aprecie as ruínas da Ermida de S.
Vicente, para já na cidade, na esquina entre a Rua 1.º de Maio e a Rua D.
Vasco, poder observar uma casa com uma bela janela manuelina.
Do Largo General Humberto Delgado, pela Rua de S. Domingos, encontra o
Convento do mesmo nome, onde pode também apreciar o Museu de Arqueologia.
Regressando ao mesmo largo, passando pelas ruas Luís de Camões e Irmã Sousa,
chega-se ao imponente Cine-Teatro Curvo Semedo, com o Monumento ao Resistente
Anti-Fascista ali mesmo ao lado, bem como a Igreja do Calvário, com uma
sacristia de rara beleza, com as paredes e abóbada inteiramente revestidas de
azulejos. À saída da Igreja do Calvário, encontra-se a Ermida de S. Sebastião.
Envolvendo a Praça da República, temos o Jardim Pública (com o seu
coreto), e as sedes das Sociedades Carlista e Pedrista.
Montemor-o-Novo uma cidade a visitar!